Mulher
da minha vida, não chora.
A
vida tem sido dura
A
força mora em você.
Quando
seu ventre era meu paraíso
Suas
lágrimas o preenchiam em rios de mel
Eu
mergulhava com pontapés no céu
Você
me confortava quando seu mundo fluía em pedaços.
Vida
e morte num mesmo compasso
Você
teve de chorar o choro em pares
A
dor da perda, a dor do parto,
Eu
estava lá com você
O
filho no lugar da irmã.
Já
choramos demais,
Segure
a minha mão, mãe
Você
tem o dom da vida
Sabe
de cor a canção
Cante,
cante, não desencante
A
sua irreversível fé na esperança
Mãe,
que faz das tripas o coração
Rosa
angelical, Rosângela.
Mãe
que foi mãe órfã
Que
teve de conhecer a morte
Aos
treze, sem misericórdia
Que
sabe que falta que faz um colo de mãe.
Talvez
por isso, tão exagero
Em
nos compensar o que lhe faltou cedo...
Mas
eu sou parte de você, me chame
Eu
estou aqui com você.
Seu
filho, que ninguém melhor compreende
Conhece...
E por isso tem a força
De
me desmontar em pedacinhos
De
me fortalecer os méritos
Que
nos fazem imperfeitos e nos completam.
Liberdade
se conquista, não se ganha
Sei
que você é quem sempre posso confiar
À
hora de emergir meus jardins de infância.
O
amanhã há de ser alegria
A
vida ainda é esperança
Suas
lágrimas deixarão apenas mais belas
O
frescor coberto das manhãs.
Mas
se acaso a tristeza insurgir
E
sozinha estiver a resistir
Conte
comigo e estarei sempre aqui, mãe
Seu
irmão, sua proteção, seu amigo,
A
sua eterna criança.